Fortaleza, 20 de dezembro de 2018
Meu
querido pai
A bênção!
Pra
começar, meus parabéns! Afinal, hoje é o seu aniversário de 100 anos! Aí no céu
tem bolo?
Desejo que
esta carta encontre o senhor com muita paz de espírito ao lado da mamãe, dona
Raimundinha, e de meus irmãos: José Francisco, Vandinha, Oninha e Nini! Quanto
a nós, os outros dez que continuamos aqui no mundo terreno, tudo bem! Todos
estão mandando os parabéns: o Ari, o Rômulo, o Antônio José, a Socorrinha, o
Gerardim, o Chico, o Wellington, a Nandila e a Tatá!
Geramos
mais de meia centena de filhos, seus netos! Às vezes penso que o senhor é um
deles!!!
Pois é! E
o senhor que nasceu em Massapê, num 20 de dezembro como hoje, está completando
100 anos (1918 – 2018). 73 deles, passou aqui com a gente. Há 27 nos
encontramos só em sonhos e pensamentos.
O senhor,
meu pai, continua sendo nossa referência de cidadão. Homem pacato; trabalhou
durante a vida todinha para nos educar, principalmente para vida... Para que
nós soubéssemos chegar... e sair... em qualquer lugar. Sermos respeitosos e
éticos. Isso, e principalmente isso, devemos e somos muito gratos ao senhor.
...Pai,
gostaria de lhe dizer muitas coisas hoje, mas, para ser sincero, não sei bem exatamente o que
dizer! Não por falta de assunto. Muito
pelo contrário. É que são tantas as lembranças, que me embaralham a cabeça, e chegam a escorrer
pelos olhos...
Hoje eu tô
com quase 57. Quando o senhor viajou, eu tava com 30.
...Dos
seus passos largos, guardo a lembrança de quando eu era criança... Uma passada
do senhor, dava bem três das minhas...
...O seu
assobio... Vixe! O seu assobio era uma ordem!
...E a
cadeira de balanço, toda noite na calçada, pra tomar um vento e jogar conversa
fora?! Eita! As vezes, também, o senhor cantava umas músicas. Recentemente,
conversando com a Maria do Carmo da D. Laura Aguiar, nossa prima, ela me falou:
“pois é, o seu Gerardo cantava e era bem”!
Que lembrança boa, a da cadeira na calçada!
Lembro-me
agora do leite mungido, de manhazinha, lá no quintal, onde o senhor ficava
rindo do “bigode branco”, que o leite fazia nos lábios da filharada.
E as
cartas, que o senhor escrevia, enviadas aos filhos que se espalhavam mundo à
fora, na busca de vencerem na vida em Fortaleza, Teresina e Salvador?! E foram
muitas! Afinal, também eram muitos os filhos. Letra firme. Redação perfeita! Sem
dúvida, inspirou a todos nós no caminho da escrita, da educação e do bom gosto
pela arte e cultura em suas mais amplas possibilidades! Tenho todas as cartas
que o senhor escreveu pra mim...
Meu
querido pai Gerardo, vou ficar por aqui, prometendo voltar a lhe escrever com
mais frequência!
Feliz
aniversário!
Feliz
Natal!
Nós te
amamos!
Beijos do
filho
Jader
Ps.: Fico
muito feliz quando o senhor marca presença nos meus sonhos!
Parabéns pelo texto, Jáder Soares. Bela homenagem ao centenário do seu Gerardo. Ele deve ter gostado demais dessa missiva.
ResponderExcluirObrigado CANCAO DE FOGO! Diga ao Arievaldo que gosto muito dele, além de fã, que ele já sabe que sou!
ExcluirAbraço!
Mui bela. Alma e espírito. Parabéns amigo!!!
ResponderExcluirMeu amigo CARLOS ALBUQUERQUE, ouvi você hoje pela manhã no Programa do Jorge Costa. Fiquei feliz com sua reflexão. Quanto a minha Carta, obrigado!
ExcluirFeliz Natal!
Que carta linda meu amigo Jader.
ResponderExcluirÉ certo que ela já foi lida por seu pai, afinal, eles tem meios diversos que nós desconhecemos. Está orgulhoso, pode apostar.
Feliz aniversário Seu Gerardo!
Ô, meu amigo Felipe! Que alegria ver este seu comentário.
ResponderExcluirObrigado!
Grande abraço!